domingo, 1 de maio de 2016

Apresentação


Este blog foi criado Por Matheus Bezerra Roque Nicácio, estudante de economia da FEAC/UFAL com a proposta de apresentar a todos que se prontifiquem a buscar conteúdo sobre o célebre economista Alfred Marshall.
Dentro de alguns tópicos serão feitos considerações breves sobre alguns pontos do economista e suas teorias não serão tratadas de forma ampla, como merecem, mas abordados alguns pontos como o Contexto Histórico do Século XIX, A Concepção de Valor e Riqueza, Distribuição dos Rendimentos e algumas das suas contribuições mais importantes.

Alfred Marshall foi um autor muito influenciado pelas novas ideias que surgiam nos campos das ciências naturais como o darwinismo e a física newtoniana, além de ter sido criado em uma época de novas ideias no ramo das ciências sociais, filosofia, sociologia e arte. Tendo sido contemporâneo a grandes nomes como: Le Bon, Nietzsche, Dostoiéviski, Freud, Jevons, Monet, Cézanne, Manet, Matisse e Van Gogh. 



     

Principais Seguidores

Seja por ter acrescido novos elementos e proposições econômicas, por ter sido professor em várias universidades britânicas ou por sua influência política no Reino Unido, Alfred Marshall influenciou vários economistas, dentre eles podemos citar:

  • John Maynard Keynes









  • Arthur Cecil Pigou






  • William Stanley Jevons









  • Léon Walras








  • Milton Friedman




  • Vilfredo Pareto










  • Irving Fisher














Contribuições

  •   A Tesoura Marshaliana (imagem a cima), que reconhece o papel da oferta e da demanda na determinação de preços e quantidades
  • ·        De acordo com Alfred Marshall a solução fundamental dos problemas sociais reside na educação da população, ideia difundida até os dias de hoje.
  • ·        Influenciado por Adam Smith, David Ricardo e Stuart Mill, escreveu duas grandes obras da literatura econômica, Princípios de Economia e Economia da Indústria. A primeira tornou-se livro didático base por décadas, já a segunda, mais empírica, uma referência para futuras pesquisas.
  • ·        A formalização matemática dos conceitos econômicos, em grande parte, através da análise quantitativa proporcionada por sistemas de equações. Esse novo tratamento permitiu a verificação empírica das hipóteses por meio de medições, demonstração matemática e experiência laboral. A ciência econômica pôde, assim, se destacar do tratamento filosófico.
  • ·        A introdução dos conceitos temporal de curto e longo prazo encerrou discussões sobre a determinação do valor. Os marginalistas mensuravam o valor de acordo com a utilidade proporcionada a cada consumidor (conceito subjetivo), já os clássicos, baseados em David Ricardo, mensuravam o valor de acordo com a quantidade de trabalho utilizado para a produção do bem. Assim, a proposição de Marshall, conhecida como neoclássica, determina o valor de acordo com o custo objetivo da produção no longo prazo e a utilidade marginal no curto prazo.
  • ·        A contribuição mais polêmica de Marshall é o emprego do conceito de equilíbrio parcial, contrariando a teoria clássica de equilíbrio geral. Para ele, a análise parcial é essencial para a economia, visto que as relações econômicas estão sujeitas a incontáveis variáveis independentes. Portanto, o termo cœteris paribus é introduzido na abordagem matemática econômica, utilizando de derivadas parciais em seus modelos.

Biografia

Alfred Marshall, nascido em Londres (1842-1924), foi um dos maiores pensadores da ciência econômica. Marcado pelo contexto de sua época, pós revolução industrial, presenciou de perto os impactos positivos e negativos do sistema capitalista de produção. Baseado em seus estudos sobre esse cenário, aprimorou a ciência incluindo novas abordagens aos modelos utilizados, alguns aplicados ainda hoje.

Considerado chefe da chamada “escola neoclássica de Cambridge”, Alfred Marshall, definitivamente, está no rol dos greats economists de todos os tempos. Sua trajetória intelectual, ainda que ligada inicialmente a estudos no campo da Matemática, incluindo também Ciências Naturais, História e Filosofia, está fortemente vinculada ao incansável reformador social que sempre foi. No ano de sua morte (1924), quando contava 82 anos, afirmou no prefácio de Money, Credit and Commerce que “embora a idade avançada me pressione, não abandonei a esperança de que algumas noções que formulei com relação às possibilidades de avanço social possam vir a ser publicadas”.

Distribuição dos Rendimentos

Quando consideradas apenas questões referentes à teoria do valor e distribuição, as semelhanças entre as suas concepções e as da corrente de crítica teórica saltam aos olhos. Marshall foi um marginalista e, de fato, consolidou o marginalismo na Inglaterra. No entanto, ele foi um marginalista sui generis. Por um lado, apresentou, sob influência das correntes adeptas do método histórico, uma visão dinâmica de sociedade e de natureza humana que enfatizava a evolução histórica e assumiu uma postura metodológica que valorizava igualmente a teoria e a observação dos fatos. Por outro, o contato com as concepções das correntes humanistas, deixou a sua marca no tom moral e piedoso dos seus escritos.

sábado, 30 de abril de 2016

Concepção de Valor e Riqueza

Marshall mostrou-se bastante sensível às críticas sociais feitas à Economia Política, principalmente do Movimento Socialista Cristão. O tom moral e piedoso de boa parte das objeções delineadas coadunava perfeitamente com os seus valores e, também neste caso, ele mobilizou-se para fornecer uma resposta aos vários aspectos destas que julgou serem pertinentes.
A rejeição ao homem econômico por parte deste autor envolvia, como observado, a visão de que o homem de "carne e osso", com todas as suas motivações e não o homem considerado apenas como um ser aquisitivo, deveria ser o objeto de estudo da economia. Do ponto de vista moral isto significava que as motivações de natureza mais nobres e elevadas dos homens, e não apenas as egoístas, poderiam ser tratadas pela ciência. Ele se esforça por esclarecer que a Economia enfatizava a busca da riqueza não por considerar a ganância ou a mesquinhez valores louváveis, ou por defender a acumulação de capital como o mais importante fim a ser buscado pelos homens, mas pelo fato de o dinheiro ser uma medida (mesmo que defeituosa) da força das motivações (Marshall, 1885, p. 159; Marshall, [1920], 1982, pp. 12-23)
"[...] Ainda que seja verdadeiro que o "dinheiro"[...] ou o "comando sobre riqueza material" sejam o centro ao redor do qual a ciência econômica se agrupa; isto ocorre não pelo fato de o dinheiro ou a riqueza material serem vistos como o objetivo principal do esforço humano, nem mesmo como provendo o principal assunto do estudo dos economistas, mas porque, neste nosso mundo, é o único meio conveniente de medir as motivações humanas em uma larga escala" (Marshall, [1920], 1982, p. 18).
Ele entendia o valor de uma mercadoria através da capacidade da mesma em satisfazer necessidades humanas, sendo definida pela utilidade marginal, o valor de troca de um produto não depende da quantidade de trabalho incorporado mas da utilidade da sua última unidade disponível, utilidade necessariamente menor em função da lei da utilidade marginal decrescente

Com a introdução do fator tempo, na distinção entre longos períodos e curtos períodos, Marshall conseguiu determinar a importância tanto do custo de produção (para longos períodos) como da utilidade marginal (para curtos períodos), na formação do valor das mercadorias.

Contexto Histórico

Alfred Marshall, cresceu no subúrbio londrino de Clapham e foi educado na Merchant Taylor's School onde demonstrou aptidão para a matemática. Apesar de ter demonstrado interesse em tornar-se ministro da Igreja anglicana, sua trajetória bem   sucedida na Universidade de Cambridge o levou a tomar a decisão de seguir uma carreira acadêmica. Tornou-se professor em 1868, especializando-se em economia política. Ele desejava melhorar o rigor matemático da teoria econômica e transformá-la numa disciplina mais científica, 1879 publicou o título Economia da Industria, um manual para estudantes de economia sua aparência simples apioava-se sobre fundamentos teóricos sofisticados. Marshall alcançou certa fama com seu trabalho e, após a morte de William Jevons (1835-1882), tornou-se o mais influente economista britânico de seu tempo.
Ao final do século XIX, no ano de 1890 é publicado Princípios de Economia, sendo aclamado mundialmente, o que o colocou entre os principais economistas de seu tempo. Durante o século XIX houveram importantes descobertas e eventos que mudaram o mundo, tais quais

·         No ano de 1800, Alessandro Volta inventa a Pilha Elétrica
·         Em 1808, John Dalton propõe uma teoria atômica mais moderna
·         Em 1848, Marx e Engels publicam o Manifesto Comunista
·         Em de 1859, Charles Darwin publicava seu mais célebre trabalho: A Teoria da Evolução das Espécies.
·         Em 1870 se concluía na França, a Grande Reforma Urbana de Paris promovida por Napoleão III e pelo Barão de Haussmann, um grande marco no pensamento urbanístico europeu.
·        Em 1871 a guerra franco-prussiana que além de unificar os territórios germânicos, teve como aquisição do território Alsácia-Lorena como um dos motivos de revanchismo entre França-Alemanha que influenciou a troca de farpas da Grande Guerra
·         Em 1876, Graham Bell patenteia nos EUA sua mais nova invenção, o Telefone.

·         Entre 1884 e 1885 a conferência de Berlim que tratava sobre a partilha dos territórios africanos entre as principais potências europeias
·         O Canal do Panamá começava a ser construído pelos franceses em 1880 e suas obras paralisadas em 1885 devido a falência da empresa responsável, até a retomada pelos estadunidenses em 1904 (após a independência do Panamá em 1903)